Da Folha:
Fatos, nada além de fatos. A taxa média anual de crescimento do PIB é 4,5% na era republicana. Nesse período somente dois presidentes são responsáveis por taxas de crescimento do PIB menores do que 2,0%, como média anual do mandato. Os governos que atingiram a apoteose da mediocridade são: Fernando Collor (-1,3%) e Floriano Peixoto (-7,5%). Neste último o desempenho econômico pode ser explicado, em grande medida, pela ruptura institucional e pela crise política. Já a crise política no governo Collor é explicada, principalmente, pelo desempenho econômico medíocre.
No período 2011-14, as taxas de crescimento do PIB são: 2011 = 2,7% e 2012 = 0,9%. Previsões apontam para crescimento da ordem de 2,0% em 2013 e 2014. Portanto, a taxa média anual deve oscilar em torno de 2,0%. O fato é: o governo Dilma pode ter o terceiro pior desempenho da história republicana, com 30 presidentes.
Outro fato evidente: o desempenho da economia brasileira é medíocre pelos padrões internacionais atuais. Vejamos o de crescimento do PIB da economia mundial: 2011 = 3,9%; 2012 = 3,1%; 2013 = 3,1%; e 2014 = 3,8%. Os dados de 2013-14 são projeções do FMI e significam crescimento médio anual de 3,5% no período 2011-14.
Se considerarmos o grupo dos países em desenvolvimento, o FMI aponta para crescimento médio anual de 5,4% no período 2011-14. Temos, então, dois fatos neste período:
1) em todos os anos a taxa de crescimento do PIB brasileiro é bem menor do que a do PIB mundial e as dos países em desenvolvimento; e 2) dado o crescimento médio anual do PIB brasileiro de 2,0%, é evidente que o Brasil comporta-se como vagão de 3ª classe que fica para trás.
O Brasil fica para trás e isto não se explica pelo que ocorre no mundo. O fracasso brasileiro vem de escolhas erradas feitas pelos grupos dirigentes e setores dominantes. O Brasil embrenha-se em trajetória de desenvolvimento às avessas.
Esta trajetória é marcada, na dimensão econômica, por: fraco desempenho, crescente vulnerabilidade externa estrutural, transformações estruturais que fragilizam e implicam volta ao passado e ausência de mudanças ou de reformas que sejam eixos estruturantes do desenvolvimento de longo prazo.
Fatos, nada além de fatos.
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