Do G1
Responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, o juiz federal Sérgio Moro afirmou nesta segunda-feira (31), em São Paulo, que ouviu de diversos delatores do esquema de corrupção que atuava na Petrobras que o pagamento da propina em contratos da estatal era uma espécie de "regra do jogo". O magistrado paranaense participou na manhã desta segunda de um fórum na capital paulista que também terá a presença do vice-presidente Michel Temer.
Na visão de Moro, o país está em um quadro de “corrupção sistêmica”, que tem "custos" e, se não for combatido, "tende a crescer”. O juiz defendeu que sejam tomadas medidas para estancar a "hemorragia" da corrupção nos cofres públicos. De acordo com ele, o custo da corrupção "sempre impacta a eficiência da economia".
“É bastante interessante ouvir os colaboradoras, e há uma dificuldade de se esclarecer por que que se pagava propina [na Petrobras]. Eles dizem que é a regra do jogo e que esta prevalecia, a regra do jogo era o pagamento de 1 a 2% de propina para contratos. Será que o recebimento de propina não foi o custo de investimentos mal-sucedidos?”, questionou Moro no Fórum Exame “Prepare-se para Planejar 2016 e Superar a Crise”.
“Todo grande contrato da Petrobras envolvia um percentual de propina aos dirigentes da empresa e a políticos”, destacou o juiz. Apesar de a Lava Jato ter colocado atrás das grades empresários, dirigentes de estatais e políticos, o magistrado do Paraná advertiu no evento que não será uma operação policial isolada que irá alterar completamente o quadro político do país. No entanto, ele ponderou que a investigação do esquema de corrupção que agia na Petrobras fornece uma oportunidade de mudança, fortalecendo as instituições públicas.
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