Em outro trecho das gravações recuperadas pela Polícia Federal e obtidas pela revista Veja, o empresário Joesley Batista, da JBS, e o diretor de relações institucionais do grupo, Ricardo Saud, falam sobre detalhes do acordo de delação premiada. Em um momento, Joesley sugere que o ex-procurador da República Rodrigo Janot ‘quer ser presidente da República’.
A conversa da a entender que a negociação contou com a orientação de um assessor de Janot. Após a divulgação dos áudios, o ex-procurador, ainda no cargo de chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR), pediu a prisão de seu antigo assessor e suspendeu os benefícios dos delatores.
Na conversa entre Saud e Joesley também estava Francisco de Assis e Silva, diretor jurídico do grupo . Fica claro no áudio que eles já haviam apresentado os diálogos com o presidente Michel Temer e com o senador Aécio Neves.
“Achei que ganhamos eles”, diz Saud. “Nós só temos um risco”, pondera Assis e Silva. “O compromisso político do Janot com o Temer”, completa Silva, dando a entender que havia alguma aliança entre o procurador e o presidente.
Saud adverte: “Mas não tem (o risco) com o Aécio (…). Nós temos as duas opções. Ele não pode se dar bem com o PSDB e o PMDB”, completa, sugerindo que Janot não teria condições de proteger tucanos e peemedebistas simultaneamente. O diretor jurídico então conclui: “Eles (os procuradores) querem f… o PMDB”. Em outro momento, Joesley diz: “Janot quer ou ele ser o presidente da República, ou indicar quem vai ser”.
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