Em eleições normais, as candidaturas mais radicais pela esquerda e pela direita se anulam, favorecendo postulantes mais ao centro. A julgar pelas últimas pesquisas, o pleito presidencial da próxima semana não será normal.
Se não houver mudanças de última hora, teremos um segundo turno entre Jair Bolsonaro (PSL), um genuíno representante da extrema direita, e Fernando Haddad, que concorre por um partido mainstream, o PT, mas que chega com um discurso radicalizado, declarando-se vítima de um complô imaginário.
Por que? O que aconteceu que fez com que a disputa deste ano rompesse uma tendência observada nas quatro últimas eleições brasileiras e em centenas de outros pleitos majoritários ao redor do mundo?
Talvez tenhamos sucumbido ao que a literatura psicológica chama de patologias do pensamento de grupo, que ocorrem quando o desejo de uma dada comunidade por harmonia e entendimento deixa de ser avaliado criticamente e degenera em decisões coletivas disfuncionais.
Da Folha
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