A governadora eleita Fátima Bezerra (PT)
está tentando montar um governo de conciliação inspirada no que fez o
ex-presidente Lula no passado. Com o ex-presidente deu certo. Ele deixou o poder com a maior popularidade da história.
A conciliação a que Fátima se propõe
ficou evidente na formação da equipe de segurança. Primeiro por ouvir
sugestões da opinião pública, depois por buscar ganhar a confiança dos
segmentos militares para em seguida colocar seu projeto em prática. A futura governadora entendeu que
segurança pública não é só técnica, investimento e planejamento de
ações, mas também uma questão política.
A petista deu um forte indício de que
não vai passar quatro anos fixada no discurso do retrovisor ao manter no
Mauro Albuquerque no comando do sistema prisional. Ela preferiu encarar
as críticas das bases para manter no cargo um crítico do PT, mas
reconhecido por ter colocado ordem em Alcaçuz após a tragédia do início
de 2017.
Sobre esse ponto é preciso frisar que a
gestão de Mauro está sob questionamento de prática de torturas o que
precisará ser esclarecido ainda. Outro ponto que Fátima pretende dar
continuidade da gestão de Robinson Faria (PSD) são os programas sociais
como a política de expansão dos restaurantes populares.
Com a classe empresarial, Fátima tem
buscado o diálogo para construir uma pauta de desenvolvimento do Rio
Grande do Norte. São frequentes as reuniões com os líderes empresariais
do Estado e ela incluiu um indicado da Fecomércio na equipe de
transição.
Considero um acerto político Fátima
buscar essa conciliação. O Estado vive uma crise profunda e não sairá
desta situação com guerra ideológica nem alimentando rancores do
passado.
No entanto, Fátima não pode se descuidar
da base social que ela construiu em mais de 20 anos de vida pública.
São inúmeras as queixas nas redes sociais. A governadora eleita terá que buscar a
virtude do equilíbrio para garantir a conciliação sem aprofundar os
melindres dos aliados de primeira hora.
Governar é fazer política. Quem pensa
diferente e se entrega ao idealismo ingênuo termina mal. Neste aspecto
Fátima sinaliza um bom caminho para o combalido Rio Grande do Norte
Do Blog do Barreto
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