A Basílica Santuário de Nossa Senhora das Dores, em Juazeiro do Norte, celebra nesta segunda-feira (30), os 150 anos de ordenação sacerdotal do Padre Cícero Romão Batista. Após uma programação intensa que incluiu palestras, entrevistas, exibições de filmes, festival de poesias, entre outras atividades culturais e religiosas, uma missa solene, às 19h30, presidida pelo bispo Dom Gilberto Pastana, marca o encerramento dos festejos, seguido de show pirotécnico.
Mais cedo, houve missa na Basílica Santuário e na Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Além disso, foram exibidos os programas “Viva Meu Padim” e “Giro pela Nação Romeira”. No início da tarde, uma nova celebração foi realizada na matriz de Nossa Senhora das Dores, seguida por uma salva de fogos e repique de sinos nas igrejas e capelas de Juazeiro do Norte e outras cidades nordestinas.
Agora à tarde, às 15 horas, houve o Terço da Misericórdia; às 16 horas uma nova Missa na Capela do Perpétuo Socorro e, às 16h30, o programa “Parabéns, Padre Cícero”. Já às 18h, o Terço Mariano. Toda programação está sendo transmitida pelo canal TV Web Mãe das Dores, no YouTube.
O padre Cícero José da Silva, reitor da Basílica de Nossa Senhora das Dores, ressaltou a história de vida do Padre Cícero, que mesmo incompreendido ou até diante de calúnias “deu a vida ao projeto do Reino de Deus: tomar conta do povo”, enfatizou. “Em um sonho, viu o grupo de pessoas flageladas da seca e resolveu acolher a todos, fazendo com que aqueles que viessem (à Juazeiro) não trouxessem ouro, mas paciência. Em cada casa uma oficina e em cada sala um oratório. Assim, construiu esta grande cidade”, ressaltou.
“Se hoje somos o que somos, foi graças a sua coragem, sua visão de empreendimento, de investimento, de buscar parceria. Por isso, deixou-se ser ajudado a estruturar e dar forma ao que hoje nós somos. Que neste dia possam assumir o que ele assumiu. É fácil falar, difícil é assumir e tomar conta do povo como ele fez. São 150 anos do seu ‘sim’, do seu chamado, sua resposta e agradeço”, definiu o padre Cícero José.
História
O historiador e professor Daniel Walker, falecido no ano passado, contava que a morte do pai do Padre Cícero, Joaquim Romão Batista, que era pequeno comerciante no Crato, trouxe problemas financeiros à sua família, sendo que o ingresso do jovem no Seminário da Prainha, em Fortaleza, em 1865, só aconteceu graças à ajuda de seu padrinho de crisma, o coronel Antônio Luiz Alves Pequeno.
Após cinco anos, Padre Cícero se ordenou no dia 30 de novembro de 1870, retornando ao Crato. Enquanto não era designado a alguma paróquia, ensinou latim no Colégio Padre Ibiapina, fundado e dirigido pelo professor José Joaquim Teles Marrocos, seu primo e grande amigo.
No Natal de 1871, convidado pelo professor Semeão Correia de Macêdo, o jovem sacerdote visitou pela primeira vez o povoado de Taboleiro Grande, que viria se tornar Juazeiro do Norte, então pertencente à Crato, onde celebrou a tradicional Missa do Galo. Aos 28 anos de idade, causou boa impressão aos habitantes, mudando-se para o pequeno vilarejo em abril do ano seguinte, fixando residência, e assumindo a Capela de Nossa Senhora das Dores.
Diário do Nordeste
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