A pré-disputa pela Prefeitura do Natal ganhou novos contornos nos últimos dias com as desistências de alguns nomes. Pelo menos quatro personagens, antes dados como pré-candidatos a prefeito da capital, retiraram-se da disputa e hoje são cartas fora do baralho no que diz respeito ao pleito que será realizado em 2024.
Entre as desistências está a do deputado federal General Girão (PL), que lançou sua pré-candidatura a prefeito de Natal em maio passado, durante um evento na Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa). De lá para cá, porém, ele não demonstrou tanto afinco no novo desafio político.
Em poucas oportunidades o General fez menção de sua pré-candidatura, se ofereceu para ser apoiado pelo prefeito Álvaro Dias (Republicanos) e realizou algumas reuniões com apoiadores e correligionários. A ideia, no entanto, não decolou.
A pá de cal na pré-candidatura do parlamentar foi a abertura do inquérito a pedido do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a fim de apurar se Girão incitou os atos golpistas de 8 de janeiro, quando os prédios dos três poderes, em Brasília, foram vandalizados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo a avaliação de assessores políticos, Girão prefere desistir da pré-candidatura a prefeito de Natal e mergulhar em sua defesa para tentar salvar o mandato a ter que ficar exposto e ser prejudicado politicamente.
É válido lembrar que Girão está sendo investigado pelos crimes de associação criminosa, incitação ao crime e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A eventual aceitação da denúncia pelo STF não gera consequências jurídicas, mas uma possível condenação poderá implicar em prisão e até perda do mandato.
Outro que não deve embarcar na disputa pelo Executivo municipal é o senador Styvenson Valentim (Podemos). O parlamentar chegou a admitir em algumas ocasiões que seria candidato ao Governo do Estado ou à Prefeitura do Natal, deixando abertas as duas possibilidades.
No entanto, conforme interlocutores, apesar de ter lançado esses balões de ensaio, a fim de sondar a opinião pública, na verdade Valentim foca sua atenção numa futura candidatura à reeleição ao Senado.
Apesar do discurso antipolítico que ele adotava nos primeiros anos como senador, Styvenson agora age de forma diferente e já demonstra interesse em fazer política dialogando com prefeitos e outras lideranças.
Para tanto, o senador tenta recuperar o tempo perdido destinando emendas ao passo que mantém seu empenho conversando em busca de apoios em várias regiões do Estado.
Nos bastidores, Styvenson já é tido como integrante de uma chapa majoritária que teria ele concorrendo à reeleição, além do senador Rogério Marinho (PL) disputando o governo do Estado e o prefeito de Natal, Álvaro Dias, para a outra vaga ao Senado que estará em jogo em 2026.
Mais um pré-candidato a prefeito que abandonou a ideia de governar a cidade do Natal por quatro anos é o atual presidente da Câmara de Natal, vereador Eriko Jácome (MDB). O parlamentar municipal focará suas ações em trabalhar no âmbito do legislativo, a fim de deixar uma marca na sua gestão como presidente da Casa.
Em paralelo a isso, o chefe do Legislativo municipal irá trabalhar para impulsionar a pré-candidatura de Paulinho Freire (União Brasil) a prefeito de Natal. O deputado federal tenta há meses se tornar um nome viável para a disputa, mas tem tido dificuldades nesse sentido.
Freire já conta com o apoio de entre 15 e 20 vereadores de Natal, incluindo o presidente da Casa. O deputado estipulou para si um prazo até dezembro de 2023 para tentar se viabilizar como candidato. Caso não consiga o feito dentro desse período, será outro forte candidato à desistência da corrida pelo Palácio Felipe Camarão.
Mais um nome que está fora da disputa é o do secretário de Obras Públicas e Infraestrutura (Seinfra) Carlson Gomes (União Brasil), que foi especulado mais recentemente para disputar a Prefeitura do Natal em 2024 com o apoio do prefeito Álvaro Dias (Republicanos). Em entrevista ao AGORA RN no mês passado, o auxiliar do prefeito negou que tenha havido conversas entre eles dois sobre a sucessão municipal.
“Na política tudo é possível, mas por enquanto não existe nada, só especulação, nem aceno existe. Acho que quem conduz a sucessão é ele [Álvaro Dias], eu sou um servidor de confiança dele na secretaria, não cabe a mim discutir sobre política e também não é momento. A gente tem que trabalhar agora para entregar as obras que estão em andamento na cidade”, disse o secretário na ocasião.
Na última pesquisa realizada pelo Instituto EXATUS a pedido do AGORA RN, divulgada em junho passado, o secretário Carlson Gomes pontuou apenas 0,39% na modalidade estimulada.
Sem demonstrar força na sondagem, o secretário deverá permanecer na equipe do prefeito Álvaro a fim de agilizar os trabalhos em andamento e tentar inaugurar o máximo de obras possível até o final do mandato. A ideia é fortalecer ainda mais o nome do chefe do Executivo para a disputa eleitoral de 2024, quando ele apoiará um candidato, e 2026, quando o mandatário deverá disputar uma cadeira no Senado.
Do Agora RN
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