Filme conta a história da Tragédia dos Andes Foto: Reprodução/YouTube/Netflix Brasil
O filme A Sociedade da Neve foi lançado recentemente na Netflix e tem sido um dos mais assistidos nos últimos dias. O longa, baseado em fatos reais, retrata a história dos sobreviventes do acidente aéreo que um time de rugby do Uruguai sofreu em 1972, na Cordilheira dos Andes, na parte argentina.
Eles ficaram 72 dias isolados em uma parte totalmente inóspita da região, tendo que lidar com o frio intenso e a fome. Para se manterem vivos, eles concordaram que havia apenas uma saída: praticar o canibalismo.
Imagens reais da carcaça do avião da Força Aérea do Uruguai Foto: Reprodução/YouTube
1. COMO FOI O ACIDENTE
No dia 13 de outubro de 1972, a equipe do time de rugby Old Christians Club embarcou em um avião fretado, da Força Aérea Uruguaia 571, rumo ao Chile. Além deles, parentes e amigos também entraram na aeronave para acompanhar os atletas. Ao todo, 45 pessoas embarcaram. O acidente aconteceu porque os pilotos, que voavam em meio a fortes ventos, acreditavam que estavam perto do Aeroporto Pudahuel, no Chile. Eles voavam em baixa altitude e chegaram a começar o procedimento para pouso, sem saber que estavam bem no meio da cordilheira. O avião acabou colidindo com as montanhas, perdendo as asas e cauda. Após o impacto, 33 pessoas sobreviveram.
2. TEMPERATURA EXTREMA E AVALANCHE
O primeiro desafio dos sobreviventes foi o frio de -30ºC. Eles precisaram lidar com os machucados, fraturas e as baixíssimas temperaturas sem terem remédios e roupas adequadas. Conforme os dias iam passando, outras vítimas do acidente iam morrendo. A situação pirou depois que uma avalanche atingiu a carcaça que restou do avião, e que o grupo usava para se abrigar. Nesse incidente, mais oito pessoas morreram soterradas pela neve.
3. CANIBALISMO
A princípio, os sobreviventes se alimentaram de tudo que conseguiam encontrar entre as bagagens, até cigarros. Mas, em determinado momento, eles perceberam que se não encontrassem alguma fonte de calorias, morreriam em breve. Sendo assim, fizeram um pacto coletivo, no qual autorizaram ter suas carnes consumidas caso morressem. Dito isso, o grupo sobreviveu aos 72 dias na neve se alimentando de carne humana.
4. DADOS COMO MORTOS
A região em que os sobreviventes estavam era tão inóspita e de difícil acesso, que o resgate não conseguiu encontrá-los. Por causa disso, as 45 pessoas que embarcaram no avião foram consideradas mortas e desaparecidas, levando em consideração que a chance de se sobreviver a uma queda de avião é quase nula, ainda mais onde caíram.
Imagens reais do resgate dos sobreviventes da Tragédia dos Andes Foto: Reprodução/YouTube
5. O RESGATE
Quase dois meses depois do acidente, dois sobreviventes decidiram atravessar as enormes montanhas para tentar encontrar ajuda. Fernando Parrado e Roberto Canessa passaram dez dias escalando e vagando pela cordilheira, sem nenhum tipo de material apropriado, até encontrarem um homem, o agricultor Sérgio Catalán. Depois de 72 dias de um inferno gelado, finalmente eles voltariam para casa. Ao todo, 16 pessoas sobreviveram a tragédia.
6. COMO ESTÃO HOJE
Atualmente, somente 14 dos 16 ainda estão vivos. Eles se encontram periodicamente e continuam amigos. Os sobreviventes estão na faixa dos 70 anos de idade e seguiram diferentes caminhos após superarem o trauma.
De acordo com informações da revista Veja, Fernando Parrado, por exemplo, se dedicou ao automobilismo e passou a fazer discursos motivacionais. Roberto Canessa jogou na seleção nacional de Rugby e se formou em Medicina, atuando como cardiologista infantil. Gustavo Zerbino também defendeu a seleção e entrou para o ramo farmacêutico. Antonio Vizintin tornou-se empresário e palestrante. Roberto François possui um rancho e atua na área da agropecuária. Carlos Páes Rodríguez é publicitário. Alfredo Delgado é advogado e mantém a vida de forma discreta. Roy Harley é engenheiro industrial e pode ver o filho jogar rudby pelo Old Christians Club. Eduardo Strauch é arquiteto e pintor e, seu primo, Adolfo Strauch, é do ramo de agropecuária. Daniel Fernández é agrônomo e empresário. José Pedro Algorta chegou a morar na Argentina, mas voltou ao Uruguai para abrir sua própria empresa. Álvaro Mangino tabalhou por anos em uma empresa de ar-condicionado e chegou a morar no Brasil por um tempo. Ramón Sabella é palestrante e empresário.
7. O FILME SOCIEDADE DA NEVE
O longa é dirigido pelo espanhol J.A. Bayona e tem quase duas horas de duração. Ele foi lançado na primeira semana de janeiro na Netflix e tornou-se um dos filmes mais assistidos no período, estando “em alta” na plataforma. Os atores são de nacionalidade uruguaia e argentina. Inclusive, o ator Felipe Otaño interpreta Carlito Páez, seu próprio pai na vida real. Há a expectativa de que o filme seja indicado ao Oscar.
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