A Polícia Federal cumpre 23 mandados de busca e um de prisão nesta terça-feira (26) contra advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados suspeitos de envolvimento na venda de decisões judiciais.
São alvos de medidas impostas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) desembargadores do TJ-MT (Tribunal de Justiça do Mato Grosso) e servidores de gabinetes de três ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Os nomes dos ministros do STJ não foram divulgados.
O pedido de prisão é contra Andreson de Oliveira Gonçalves, apontado pela investigação como lobista responsável por intermediar a venda de sentenças.
Além das buscas e da prisão, o STF autorizou o uso de tornozeleiras e o afastamento de servidores, além de sequestro, arresto e indisponibilidade de bens e valores dos investigados.
A operação, batizada de Sisamnes, tem como objetivo “investigar crimes de organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional.”
Segundo a PF, os alvos “solicitavam valores para beneficiar partes em processos judiciais, por meio de decisões favoráveis aos seus interesses.” A PF também investiga negociações de vazamento de informações sigilosas, incluindo detalhes de operações policiais.
As medidas são cumpridas em Mato Grosso, em Pernambuco e no Distrito Federal.
O nome da operação faz referência a um episódio da mitologia, durante o reinado de Cambises II da Pérsia, que narra a história do juiz Sisamnes. Ele teria aceitado um suborno para proferir uma sentença injusta.
As investigações que chegaram às suspeitas sobre o STJ se iniciaram após o homicídio de um advogado em dezembro do ano passado, em Mato Grosso. O caso levou ao afastamento de dois desembargadores do Tribunal de Justiça do estado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Em mensagens que estavam no celular de um advogado, foram encontradas menções a vendas de decisões em gabinetes de ao menos quatro ministros.
Segundo a revista Veja, relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) incluído nas investigações menciona Paulo Moura Ribeiro por supostas movimentações financeiras atípicas.
O ministro nega que tenha feito transações ilícitas e atribui as desconfianças aos valores que recebeu em aulas e palestras e a pagamentos na reforma de um imóvel da família.
Da Folha de São Paulo.
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