O presidente em exercício Geraldo Alckmin defendeu retirar os alimentos do cálculo da inflação. Ele subiu o tom contra a taxa de juros, que está em 14,25%, o maior nível desde 2016.
A medida de retirar os alimentos e a energia do índice de inflação é adotada nos Estados Unidos, modelo que o Brasil deveria seguir, na avaliação de Alckmin.
"Eu mencionei o exemplo americano porque ele tira do cálculo da inflação o alimento, porque alimento é muito clima. Se eu tenho uma seca muito forte, uma alteração climática muito grande e vai subir o preço de alimento, não adianta eu aumentar os juros que não vai fazer chover", afirmou o presidente em exercício.
O remédio amargo adotado pelo Banco Central para conter a inflação é o aumento dos juros. Na semana passada, a Selic atingiu o maior patamar desde 2016, a 14,25% ao ano, um caminho criticado por Alckmin.
"Eu só vou prejudicar a economia. E no caso do Brasil, pior ainda, porque aumenta a dívida pública. A cada 1% da taxa Selic, o impacto é de R$ 48 bilhões no pagamento da dívida", afirma.
Para a economista Carla Beni, professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o cálculo da inflação deve ser mantido como já é feito.
"No ano passado, o IPCA ficou em 4,83%, mas a inflação de alimentos foi de 8,2%. Separar um pouco essa questão dos alimentos, pode ser que você não precise subir tanto a taxa Selic, uma vez que ela é pouco eficiente para a inflação de custos, que é o que acaba acontecendo com os alimentos", diz.
SBT News
Comentários
Postar um comentário