O grupo dos brasileiros que viram a economia nacional piorar nos últimos meses cresceu dez pontos percentuais desde o fim do ano passado e agora representa 55% do total, de acordo com pesquisa Datafolha. É a primeira vez no terceiro mandato de Lula (PT) que a fatia corresponde à maioria dos entrevistados.
Os números são acompanhados pela percepção dominante de que a inflação vai continuar acelerando, embora o pessimismo com os preços tenha arrefecido desde a pesquisa anterior, de dezembro. Para a maior parte dos entrevistados, o poder de compra dos salários vai encolher nos próximos meses.
A pesquisa foi feita entre 1º e 3 de abril de 2025 —três semanas após a divulgação de que o país registrou uma inflação de 1,31% em fevereiro (a maior para o mês em mais de 20 anos). O Datafolha fez 3.054 entrevistas em 172 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
O crescimento da visão negativa foi alimentado principalmente pela mudança de opinião dos que antes não percebiam melhora ou piora do quadro. As respostas do grupo que não acha ter havido mudanças caiu oito pontos em relação a dezembro, de 31% para 23%.
Já o grupo dos que viram a economia do país melhorar teve estabilidade. As respostas nesse caso oscilaram um ponto para baixo (dentro da margem de erro) e ficaram em cerca de um quinto da população —21%.
Nos quatro principais recortes (gênero, idade, escolaridade e renda familiar mensal), quem mais manifesta a sensação de que o cenário do país piorou são os mais jovens, de 16 a 24 anos (61%), os que ganham acima de dez salários mínimos (60%) e os que estudaram até o ensino médio (60%).
Folhapress
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