TOMA LÁ DÁ CÁ: PT CEDE ESPAÇO AO PMDB EM ESTADOS EM TROCA DA BILINDAGEM DE DILMA NA CPI DA PETROBRAS.
A iminência da abertura de uma Comissão Parlamentar de
Inquérito para investigar irregularidades na Petrobrás levou o Palácio do
Planalto e o comando da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff a
começar um processo de reaproximação com o PMDB, após semanas de uma intensa
disputa política com o principal aliado. O objetivo é consolidar apoios no
Congresso Nacional que ajudem a blindar Dilma durante a investigação.
Em troca, o PT cede espaços na elaboração dos palanques
regionais. O primeiro caso a ser revisto foi justamente onde às negociações
estavam mais complicadas: Ceará. No Estado, a crise na Petrobrás pôs fim à
disputa de meses entre os irmãos Cid e Ciro Gomes e o senador Eunício Oliveira
(PMDB), que reivindicava o direito de disputar o governo.
Eunício, que chegou a ser convidado para assumir o
Ministério da Integração Nacional para abrir caminho para os irmãos Gomes,
rejeitou a oferta feita por Dilma e afirmou que só aceitaria a candidatura ao
governo. Passou, desde então, a frequentar todas as reuniões de grupos
dissidentes. Mas os problemas na estatal aceleraram a solução. Com o aval da
presidente, ele será o candidato da base.
A crise na Petrobras também deverá empurrar o PT do Maranhão
para uma aliança com o senador José Sarney (PMDB-AP) e com a governadora
Roseana Sarney (PMDB). Na Paraíba, a ordem é levar o PT para o PMDB do senador
Vital do Rêgo. Dilma decidiu que o PT deverá apoiar o candidato Veneziano do
Rêgo, irmão dele, ao governo.
A CPI da Petrobrás deverá mudar também o quadro político em Goiás. O PT havia
decidido que só se aliaria ao PMDB se o candidato fosse o ex-governador Iris
Rezende. Mas o partido passa por uma disputa interna, com favoritismo de José
Batista Júnior, o Júnior da Friboi. Há, nesse instante, uma pressão interna do
PT para que o partido desista de lançar a candidatura do prefeito de Anápolis,
Antonio Gomide, e anuncie o apoio ao nome do PMDB, mesmo que seja Júnior da
Friboi.
Com essa estratégia das concessões nos Estados, o governo
pretende reduzir os danos políticos que a CPI deverá causar. O mais certo deles
é que Dilma vai atravessar sua campanha presidencial precisando administrar as
denúncias contra a Petrobras e as revelações que as investigações forem
produzindo.
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