Do Portal No Ar
O senador Garibaldi Filho (PMDB) avaliou, em entrevista as consequências do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), que tramita no Congresso Nacional. De acordo com o parlamentar, o País sofrerá até que esse processo tenha um desfecho. Durante a entrevista, o peemedebista também analisou o ano de 2015 no Congresso Nacional, a postura do PMDB em Brasília, a crise enfrentada pelo Brasil e fez um prognóstico para 2016.
Confira a entrevista na íntegra:
Senador, como o senhor avalia o ano de 2015 no Congresso Nacional?
Bem, vou dizer o óbvio. Foi um ano difícil. Um ano em que o Congresso se viu diante de uma crise econômica, com consequências na vida social do povo brasileiro, e a crise política instauradas dentro do Congresso.
Quais os avanços e o que ficou travado na pauta do Senado?
O Congresso tentou avançar no que diz respeito ao necessário ajuste fiscal. Houve uma divergência que se prolonga ao longo do tempo sobre as medidas necessárias. Algumas delas foram aprovadas. Outras deixaram de ser. A Desvinculação das Receitas da União, que é considerada fundamental pelo Executivo, o Planalto demorou a mandar e se tornou impossível apreciar até os últimos dias de trabalho.
Houve a aprovação de uma mina-reforma política. Qual a leitura que o senhor faz do texto aprovado?
Eu participei da Comissão no Senado. Não houve, ao meu ver, grandes avanços. Mas o que ficou de positivo foi uma definição em relação à financiamento de campanha, que, na minha visão, foi muito radical, pois proibiu qualquer contribuição privada. Mas foi uma definição. Ficamos a dever muita coisa em relação a uma grande reforma política. O tempo de uma entrevista destas não me permite elencar.
Por que as outras reformas, como a Tributária e a Previdenciária, não andaram?
As outras reformas, como se fala na Reforma da Previdência, não andaram porque o ambiente tumultuado dos trabalhos do Congresso não permitiu que elas avançassem. Queremos agora fazer crer que a Reforma da Previdência, que se impõe, possa avançar. Vamos aguardar.
Como o senhor vê essa crise entre o governo e a bancada do PMDB, da qual o senhor faz parte?
No Senado, não há o que existe na Câmara, que é uma divisão muito grande da bancada do PMDB, que em pouco tempo esteve diante de dois líderes. Agora voltou o líder Piciani. No Senado, não há isso. Não existe crise interna na bancada.
Até que ponto o processo de impeachment trava o Congresso?
O processo de impeachment trava não só o Congresso, mas a vida do País. Enquanto não se definir o impeachment, se será ou não aprovado, o País sofrerá muito com a dúvida.
Como o senhor acredita que ocorrerá esse desenrolar?
Com as novas regras adotadas pelo Senado, acho que agora terá um desfecho, favorável ou não.
Por que o senhor preferiu continuar fiel à base governista, mesmo o presidente do PMDB, Michel Temer, sendo criticado pelo governo?
O presidente Michel Temer, sobre aquela carta, na qual deixou vazar o seu descontentamento, na verdade ele não rompeu formalmente com o governo. Pode-se perguntar o que falta pra romper. Mas não houve rompimento formal. Vamos aguardar. Aí sim poderemos encontrar uma divisão na bancada.
Quais expectativas do senhor para o ano de 2016 no Congresso?
Eu espero que o Congresso possa votar, avançar, diante de uma pauta inadiável, que é a pauta das reformas, do ajuste. Precisamos encontrar caminhos para que possamos realmente avançar.
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