Josias de Souza
A Lava Jato transformou os preparativos para 2018 numa espécie de batalha no escuro entre soldados desnorteados e comandantes embriagados. PT e PSDB, os partidos que monopolizam as disputas presidenciais há mais de duas décadas, estão zonzos. A situação penal de Lula se deteriora mais rapidamente do que a do rival Geraldo Alckmin, o único cardeal da enfermaria tucana que ainda se considera no páreo. Sem foro privilegiado, Lula arde na frigideira de Curitiba. Alckmin caiu no banho-maria do Superior Tribunal de Justiça, o foro dos governadores.
Petistas e tucanos entram na fase de pré-campanha em condições semelhantes. O mal do PSDB é que o partido tem um excesso de cabeças e carência de miolos. O PT padece da mesma carência, com a diferença de que tem uma cabeça só. As duas legendas revelam-se capazes de tudo, menos de admitir suas culpas, primeiro passo para um reinício honesto.
Lula, já bem passado no óleo do juiz Sergio Moro, está diante do risco real de se tornar um ficha-suja antes de virar candidato. Mas demora a autorizar a deflagração do Plano B chamado Fernando Haddad. Alckmin ergue o bico para negar as acusações que o assediam e finge não notar que o pupilo João Doria vai virando o Plano B do grupo de Aécio Neves. Não será fácil para o eleitor escolher um presidente entre os sobreviventes. Por sorte, os gatunos tornam-se menos pardos à medida que vai ficando claro que os partidos viraram meras filiais de organizações como e Odebrecht e OAS.
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