Por Adjuto Dias
Delegado
Após tomar conhecimento da morte da jovem policial Caroline, tomei a iniciativa de pesquisar o número de policiais mortos no país nesse último ano. Junto ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública constatei que ainda não haviam sido divulgados os números referentes a 2017, porém um dado me chamou a atenção.
A somatória de policiais mortos no país entre os anos de 2009 a 2016 é de 2.979 policiais. É praticamente o mesmo número de vítimas (2.977) dos atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos.
Após os ataques, o então presidente George W Bush anunciou uma série de medidas que se tornariam conhecidas como “guerra ao terror”. Foram criados fundos de ajuda às famílias das vítimas. Houve a invasão ao Afeganistão e derrubada do regime Talibã. Foram promulgados pelo Congresso Nacional a Lei de Segurança Nacional (HOMELAND SECURITY ACT) e em seguida o USA PATRIOTIC ACT (ato patriótico), conjunto de medidas que ampliaram poderes e otimizaram o trabalho investigativo do serviço secreto norte americano. A lei de segurança da aviação foi revista. Amplos poderes foram dados também à Agência de Segurança Nacional (NSA), que anos depois se viu envolvida em uma polêmica sobre espionagem de chefes de estado.
O país das liberdades individuais havia feito uma dura escolha: a restrição a direitos individuais na busca por poupar a vida de seus nacionais.
Sem entrar no mérito dos erros e acertos de tais medidas, em nosso país, os policiais continuam a serem mortos, dia após dia. A conta gotas. Um novo World Trade Center de policiais tombará e tudo o que se ouvirá é o choro e desespero de seus familiares. Não há nenhuma perspectiva no horizonte nublado.
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