A origem do derramamento de óleo na costa nordestina pode ser explicada a partir de um estudo do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Na última segunda-feira, foi detectado um padrão característico de manchas de óleo no oceano, em formato de meia lua, com 55 km de extensão e 6 km de largura, a uma distância de 54 km da costa da Bahia.
Após três semanas de processamento de imagens do satélite europeu Sentinel-1A, o pesquisador Humberto Barbosa, do Lapis, identificou o enorme vazamento de óleo, ao sul da Bahia, nas proximidades dos municípios de Itamaraju e Prado.
"Ontem tivemos um grande impacto, pois, pela primeira vez, encontramos um assinatura espacial diferenciada. Ela mostra que a origem do vazamento pode estar ocorrendo abaixo da superfície do mar. Com isso, levantamos a hipótese de que a poluição pode ter sido causada por um grande vazamento em minas de petróleo ou, pela sua localização, pode ter ocorrido até mesmo na região do Pré-Sal", alerta Barbosa.
Toda aquela região sedimentar, observada pelo pesquisador, está nas proximidades de áreas de exploração de petróleo, conforme mapeamento abaixo, da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O pesquisador já havia encontrado, em datas retroativas dos últimos sessenta dias, manchas menores de óleo no mar, a partir de imagens de satélite. Todavia, como as imagens anteriores mostravam o piche já fragmentado, não havia como identificar o padrão de vazamento.
Assim, somente nessa segunda-feira, o pesquisador encontrou uma imagem mais completa que permitiu uma maior precisão sobre o padrão característico do vazamento. A detecção foi complementada com o levantamento de informações sísmicas e de outras variáveis do local.
As imagens foram observadas retroativamente, desde o mês de maio, processando esses dados por faixas, a partir de uma grande quantidade de dados de toda a Costa do Nordeste brasileiro, chegando até o Espírito Santo.
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