Foto: DAVID GUTTENFELDER / NYT/24-4-2022
Foto: DAVID GUTTENFELDER / New York Times/22-4-2022
Foto: DAVID GUTTENFELDER / New York Times/24-4-2022
Ao redor de Demydiv, uma aldeia ao norte de Kiev, os moradores estão enfrentando as consequências de uma forte inundação que, em circunstâncias normais, teria sido mais um infortúnio para um povo sob ataque.
Desta vez, no entanto, ocorreu exatamente o contrário, tornando-se uma vitória tática na guerra contra a Rússia. Os ucranianos inundaram a vila intencionalmente, assim como uma vasta extensão de campos e pântanos ao seu redor, criando um atoleiro que frustrou um ataque de tanques russos a Kiev e deu ao Exército tempo precioso para preparar defesas.
Rios de água verde engoliram muitas das casas de Demydiv — e seus moradores não poderiam estar mais satisfeitos.
— Todo mundo entende e ninguém se arrepende nem por um momento — disse Antonina Kostuchenko, uma aposentada, cuja sala de estar agora é um espaço bolorento com linhas d’água de 30 centímetros nas paredes. — Nós salvamos Kiev!
O que aconteceu em Demydiv não foi uma exceção. Desde o início da guerra, a Ucrânia se mostrou rápida e eficaz em causar estragos em seu próprio território, muitas vezes destruindo a infraestrutura, como forma de frustrar um Exército russo com números e armamentos superiores.
Demydiv foi inundada quando as tropas abriram uma barragem próxima e desviaram água para o campo. Em outras partes da Ucrânia, os militares, sem hesitação, explodiram pontes, bombardearam estradas e desativaram ferrovias e aeroportos. O objetivo sempre foi retardar os avanços russos, canalizar tropas inimigas para armadilhas e forçar que colunas de tanques entrem em terrenos menos favoráveis.
Até agora, mais de 300 pontes foram destruídas em toda a Ucrânia, disse o ministro de infraestrutura do país, Oleksandr Kubrakov. Quando os russos tentaram tomar um aeroporto importante fora de Kiev, no primeiro dia da invasão, as forças ucranianas bombardearam a pista, deixando-a marcada por crateras e incapazes de receber aviões carregados de forças especiais russas.
O Globo
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