Informações no livro medieval eram consideradas ‘perigosas demais’ para serem lidas, especialmente por mulheres
O Manuscrito de Voynich, considerado o “texto mais misterioso do mundo”, tem confundido criptógrafos e historiadores desde que foi descoberto, em 1912, na Polônia.
Seus desenhos estranhos e texto em língua desconhecida levaram alguns a afirmar que contém feitiços mágicos ou até mesmo segredos alienígenas.
Mas agora, especialistas dizem que o texto medieval, com 240 páginas, guarda, na verdade, segredos sexuais medievais considerados perigosos demais para serem lidos.
O autor principal do estudo, Keagan Brewer, da Universidade Macquarie, diz que este texto criptografado na verdade contém informações censuradas sobre sexo, contracepção e ginecologia:
“O manuscrito de Voynich trata fundamentalmente de restringir informações específicas consideradas perigosas para um leitor ou leitores eleitos.”
Embora muitas das ilustrações do manuscrito representem plantas, animais ou pessoas, uma em particular chamou a atenção dos pesquisadores: mulheres nuas segurando vários objetos próximos ou apontando para sua genitália.
Os estudiosos afirmam que esses desenhos são um sinal claro de que o manuscrito contém informações sobre ginecologia e saúde sexual.
Gravuras no Manuscrito de Voynich — Foto: Reprodução
Os “segredos das mulheres”, como era chamada a saúde da mulher no século XV, foram objeto de extensos estudos e escritos por autores medievais. Embora muitos dos escritos médicos sobre sexo e nascimento dessa época tenham sobrevivido, muitos também foram sujeitos a intensa censura.
“A cultura patriarcal da Europa medieval tardia incluía medos masculinos multifacetados em relação aos corpos das mulheres e aos seus processos naturais, e isto estava intimamente ligado à cultura médica”, disse Brewer.
Um médico do século XV, Johannes Hartlieb, chegou a recomendar que os médicos usassem “cartas secretas” para ocultar informações que poderiam resultar em contracepção ou aborto.
A preocupação de Hartlieb era que mulheres cada vez mais alfabetizadas pudessem ler seus escritos e usá-los para fazer sexo antes do casamento.
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